Na conferência de abertura, João Lobo Antunes andou pelos territórios cruzados da medicina e da literatura, lembrando Tchekov, que dizia que a medicina era a sua mulher e a literatura a sua amante; quando se cansava de uma, passava a noite com a outra e nenhuma das duas saía prejudicada. Mas onde os dois territórios melhor se encontraram não foi nos episódios conhecidos de médicos-escritores, nem mesmo nas várias referências ao ensaio como género literário, na senda de Montaigne, e sim no texto comovente sobre a morte do seu pai, “A história de um velho”.
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